a caixa das emoções

quinta-feira, dezembro 29, 2016

@photobyMarleneBarreto

"Sinto Muito", começo-o precisamente num dia especial, esta noite de consoada em que por agora famílias se reúnem depois de há muito distantes, trocam presentes, abraços e beijos e deliciam-se com o belo perú de Natal ou com o bacalhau, para quem o prefere como eu.
Hoje sinto muito, sinto muitas coisas. Não é de hoje, não é de ontem... é de sempre. As emoções são variadas, as conversas interiores não me cabem e transbordam-me. 
Não foi fácil convencer os que gostam de mim, que este ano queria um Natal de Reflexão. Vai lá explicar àqueles que nos querem ver ao seu lado... o que é um momento de reflexão num dia como estes??! Tarefa nada fácil, digo-vos já. Primeiro criticam (não acham jeito nenhum), depois fazem uma chatagenzinha emocional (como se ainda tivesse 10 anos de idade e fosse ceder), depois conformam-se e deixam de insistir e até ligam desejando "boa noite" ... É tão maravilhoso, assistir à mudança de mentalidade por mais "old school" que esta seja. Na verdade, a maior estratégia foi avisar o mais em cima da hora possível, a fim de minimizar pressões. 
Refletir sobre o ano que passou (na verdade, os anos que passaram), arrumar o turbilhão que se espalhou desorganizadamente na minha caixa de emoções e conseguir gerar clareza, certamente que é um objetivo ambicioso para uma noite ( mesmo que se trate da noite de Natal em que a conexão energética é mais forte), mas não deixa de ser um começo para um REcomeço. 
É impossível fazer o balanço de 2016 sem o interligar a 2015. 2015, foi o ano do AMOR (de muito Amor, mais do que alguma vez julguei sentir) e de entrega de alma. 2016 foi o ano da (R)evolução espiritual, de conexão energética, do auto conhecimento e da necessidade de libertação do ego e ou julgamentos que diariamente me boicotam. 2016 depende inteiramente de 2015 por motivos óbvios. 
"Para entender a essência de uma alma é necessário conhecer o caos", diz M. Cheri Camara. Não faço a mínima ideia quem seja, mas esta pessoa sabia do que falava. 
A minha maior perda humana ( a partida de um amor de VIDA) e o meu caos interior abriram um espaço por preencher. Um espaço que se deixou tão vazio de sentido e propósito que só a busca pela minha Essência o conseguiu fazer sombra. Não sei se me cruzei com ela ou não ( a Essência) mas sinto-me com força para continuar embora tão frágil. Sinto-me serena embora em constante turbulência. Sinto-me no trilho apesar de em vários momentos me desviar dele. Sinto-me grata e desta vez SEM conjugações adversativas. Grata por saber que há um "sentido", grata por ter um Passado, pelos momentos que me fizeram sentir amada, que me fizeram sentir Humana e pelos momentos que me deram e continuam a dar a oportunidade de dizer o quanto Amo. Sou grata por ter um sorriso fácil, pela redescoberta do que me apaixona, grata pelas pessoas que entraram na minha vida, pelas pessoas que permaneceram nela e até mesmo pelas pessoas que saíram, por já não haver motivo para ficarem. A triagem faz-se naturalmente e sem pressões. Aliás, essa é uma das maiores lições ... "Sem Pressões", porque se é nosso, cedo ou tarde, vem ou vai. Quanto mais desejamos uma coisa mais vibração do "querer" estamos a colocar nela... logo: "O que é que atraímos?". Apenas "continuar a querer" ... é a lei da atração. O melhor será Entregar. (E esta aprendi com uma daquelas pessoas que entram na nossa vida para revolucionar. E têm sido muitas as que têm feito a sua mossa pelo lado positivo e negativo e sinto gratidão por isso). 
Acabei agora de Meditar. Confesso que foi o primeiro Natal passado em meditação, mas desejo muito sinceramente, não ser o último. Nunca foi fácil para mim estes momentos comigo própria e hoje tornaram-se uma necessidade. Só no silêncio ouvimos o grito da alma e temos a verdadeira oportunidade de perguntar: "Para onde vamos?", "Para onde é suposto caminhar?" ... vejamos a meditação como um ato de generosidade connosco, um momento de amor próprio, de arrumação da casa da alma. 
Hoje sento-me e começo um espaço de reflexões, de crónicas, pensamentos, devaneios (pirosos para uns e poderosos para outros... há sempre os dois lados). Poderosos para mim que escrevo como terapia e pela paixão do feedback e apoio do outro que me ajuda todos os dias, poderosos para quem se identifica e só quer encontrar um motivo para prosseguir ( e existem tantos) ... estejamos atentos aos sinais. Não nos comprometamos com ninguém a não ser que nos comprometamos connosco próprios, primeiro. 

Marlene Barreto

Ps: Vivamos cada dia de 2017 como se fosse o último. Só o "aqui e agora" faz sentido. Beijemos os que mais amamos, abracemos os que mais admiramos e não deixemos nada por dizer. A palavra e as emoções fazem de nós Humanos. Feliz 2017.






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